segunda-feira, 2 de junho de 2014

Linguagem de Simulação GPSS e tipos de simuladores

INTRODUÇÃO
O planejamento de atividades de produção de produtos ou serviço é algo extremamente complexo e precisa de uma analise bem detalhada do sistema de produção a ser utilizado. Onde será observado o seu funcionamento com o intuito de analisar inúmeras variáveis existentes no mesmo, realizando assim um processo de tomada de decisão em relação a essas variáveis. A criação e uso de programas de simulação vem com o intuito de prever como ocorrerá o funcionamento desses sistemas, dando assim algo extremamente vantajoso para a organização no que diz respeito a esse processo de decisão.
A simulação permite visualizar um sistema real antes de ele ser implantado, destacando o seu tempo de funcionamento, identificando gargalos, as filas ou congestionamento de produtos, prevendo possíveis acidentes de trabalho e poupando assim recursos econômicos, pois dispensa a contratação de protótipos para teste, entre outras vantagens. Essa técnica é realizada com base tanto em linguagem de simulação como em simuladores. Atualmente existem inúmeros tipos de linguagem como de simuladores, porém este trabalho tem como objetivo apresentar a linguagem de simulação GPSS juntamente com alguns tipos de simuladores. Mostrando assim, um exemplo de aplicação de simulação. 

LINGUAGEM DE SIMULAÇÃO GPSS
A empresa responsável pela a criação dessa linguagem é a IBM que desenvolveu na época entre 1960 e 1961. Essa sigla GPSS significa em inglês General Purpose Simulation System  a qual traduzida em português vem a ser Sistema de Simulação de Propósito Geral. Ela foi constituída para realizar simulações de teleprocessamento abordando por exemplo: reservas de passagens de avião, controle de tráfego urbano, gestão de chamadas de telefone, entre outras. A facilidade de uso desse sistema proporcionou um destaque para o mesmo como sendo a linguagem de simulação mais usada no período.        
Ela é uma linguagem de programação de computador dedicada á simulação com o objetivo de facilitar o processo de construção de modelos de sistemas produtivos. Porém antes disso, vale ressaltar que esta linguagem na realidade funcionava como uma espécie de biblioteca composta de conjuntos de macro comandos de outra linguagem de propósito geral.
Esta linguagem também pode servir como uma plataforma de desenvolvimentos de simuladores gráficos.

TIPOS DE SIMULADORES
O surgimento das linguagens de simulação juntamente com a minimização dos custos de hardware e software contribuiu para o aumento do índice de utilização e aplicação da técnica de simulação de sistemas com base no desenvolvimento de programas simuladores de sistemas específicos.
Os simuladores são pacotes de software criados com o intuito de facilitar a modelagem de sistemas em ambientes específicos, tendo assim seu escopo de aplicação focado a estes objetos. Com isso, estes simuladores não apresentam a flexibilidade das linguagens de simulação de proposito geral. Porém eles apresentam algumas vantagens em relação a elas como interação entre usuário/máquina mais fácil, utilização de biblioteca de rotinas previamente criadas, e facilidade no manuseio, pois o usuário não precisa ter conhecimento muito profundo da linguagem de programação para utiliza-lo.
 Dessa maneira, podem-se destacar dois tipos principais de simuladores, são eles:
1.    Simuladores de interface gráfica e orientados a objeto:
Esses sistemas apresentam como características a interface gráfica de comunicação com o usuário, desenvolvem modelos orientados a objeto, possuem uma capacidade de criar animações do modelo desenvolvido, fornece relatório sobre os modelos executados, e cria a simulação em função de ferramentas estatísticas para tratamento dos dados usados. Como exemplo pode-se citar o ARENA, PROMODEL, AUTOMOD, entre outros.
2.    Simuladores interativos e inteligentes:
Estes simuladores são definidos como a nova tendência entre os tipos de simuladores, pois os mesmos serão empregados recursos de realidade virtual, inteligência artificial e sistemas especialistas.
Esses sistemas de simuladores buscam se desenvolver como um ‘Shell’, formado por módulos que interagem entre si. Auxiliando assim, no processo de simulação que vai desde a formulação das características especificas do processo e modelo a ser desenvolvido até o encontro dos resultados finais e sua posterior análise. Esses módulos são identificados como sendo: o sistema especialista, editor gráfico, compilador, módulo de animação, e modulo de tratamento dos dados.


EXEMPLO DE APLICAÇÃO

O presente exemplo é confeccionado e desenvolvido pelo simulador ARENA, o qual apresentará um modelo, juntamente com seus relatórios de analise de seus aspectos, gerado pelo seguinte problema:
O gerente do departamento de RH pretende testar a estratégia para o processo de seleção de trainees deste ano através de um modelo de simulação.
Os currículos, desta vez, serão recebidos apenas via E-mail. Estima-se que estes cheguem a intervalos de 4 minutos seguindo uma distribuição exponencial.
Os E-mails são lidos inicialmente por uma secretária, seguindo uma distribuição normal de média 3 minutos e desvio padrão de 1. Ela separa todos os currículos que não possuem os requisitos essenciais (fluência em inglês e conhecimentos em Windows95/Office97) e os envia para o arquivo.
Os currículos que atendem a estes requisitos são enviados para a área específica, também via E-mail, que os avalia detalhadamente em um tempo de média 10 minutos com desvio padrão de 2, segundo uma distribuição normal. Os currículos aprovados nesta fase são enviados ao próprio gerente de RH, e os recusados vão para o arquivo.
Sabe-se que 20% dos currículos recebidos não possuem os requisitos básicos e que 80% dos currículos são recusados pela área.
Diante da urgência para a contratação, o gerente de RH deseja saber se alguma etapa ficará sobrecarregada, gerando atraso no processo.
A simulação de um dia de trabalho (8 horas) será considerada suficiente para esta análise.
Sendo assim temos o modelo a seguir desse processo: 


Primeiramente temos a chegada dos currículos, onde será determinado o nome da entidade, tipo que é definido como currículo, a forma da distribuição que é exponencial e dada em minutos, adotando uma sequencia FIFO.
Após isso se tem um processo que é o trabalho da secretaria baseado na verificação dos currículos, o qual deve conter o nome desse processo que é “Secretaria ler os currículos”, o tipo do processo que é standard, a logica de chegada que é normal juntamente com suas devidas características.
Em seguida tem-se a tomada de decisão da secretaria, onde a mesma deve ter a identificação do nome com a pergunta: “Cumpre os requisitos básicos?”, juntamente com seu tipo e percentagem de aprovação que no caso é de 80%. 
Com isso tem-se como resultado um sim ou não, caso a resposta seja não o currículo avaliado irá direto para o arquivo que está identificado com o nome de “Arquivo” caracterizado como sendo uma entidade estática. Porém se a resposta for sim o mesmo irá para o processo de avaliação que está identificado como “Avaliação na área especifica”. Depois disso, eles passarão por outra pergunta que é: ”Satisfatório?”, caso a resposta seja sim o mesmo é encaminhado para o gerente de RH, onde será o ponto final do processo. Já se a resposta for não ele será enviado para a entidade Arquivo citada anteriormente que também faz parte do final do processo.
Por fim, este simulador gera automaticamente vários relatórios, onde cada um irá especificar um aspecto do modelo, além disso, será também gerado um relatório geral que irá resumir todos os resultados obtidos.
Sendo assim nos resultados do modelo em questão observa-se que a secretaria possui um percentual de 72% de ocupação, logo se observa que ela esta relativamente ocupada, mas a mesma consegue atender a carga de trabalho em questão. Já a área especifica possui uma taxa de ocupação de 98%, permitindo assim inferir que esta área estar sendo muito acionada e não está suportando essa carga de trabalho. Como evidencia disso, pode-se ver nos resultados de filas geradas por esse sistema o valor de 17,45 currículos em espera no processo de área especifica, e a quantidade de 0,76 currículos na entidade secretaria.
Portanto percebe-se que o atendimento da área especifica é insuficiente para atender à quantia de trabalho exigida e que deverão ser adotadas algumas propostas de melhoria nesse setor.

CONCLUSÃO
A competitividade das organizações e o desenvolvimento das tecnologias da informação podem ser considerados como sendo as principais causas da utilização e desenvolvimento da simulação de sistemas. Pois o elevado índice da competitividade exige das empresas redução dos custos de desenvolvimento de novos produtos, na operação dos sistemas produtivos e no aperfeiçoamento da mão-de-obra. Já o desenvolvimento tecnológico permite aumentar o poder de análise da simulação juntamente com a minimização do seu custo de implantação criando assim um ciclo continuo de incentivos para usuários e desenvolvedores de simuladores.
Além disso, vale destacar que o processo de simulação veio evoluindo em função da sua facilidade de utilização, onde primeiramente era muito complexo a sua utilização por meio de linguagem de programação geral, após isso veio a linguagem de simulação que em relação a primeira era mais amigável tornando assim a relação homem/máquina menos complicada e por fim surgiu o simulador que buscou estreitar ainda mais esta relação visando a facilidade de uso buscando apresentar formas mais fáceis de trabalho no desenvolvimento da simulação.

REFERÊCIAIS BIBLIOGRAFICAS

LOBÃO, Elídio de Carvalho; PORTO, Arthur José Vieira. Evolução das Técnicas de Simulação. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/prod/v9n1/v9n1a02> Acessado em: 31 de maio de 2014.

AUTOR DESCONHECIDO. A Historia da simulação. Disponível em:< http://www.landersimulation.com/por/formacao-atraves-da-simulacao/o-mundo-em-movimento/historia-da-simulacao/> Acessado em: 31 de maio de 2014. 

SILVA, Marilda Fatima de Souza da. Abordagem para otimização multiobjetivo de regras heurísticas de sequenciamento em sistemas de manufatura job shop por meio de simulação computacional acoplada ao algoritmo genético. Disponível em:<http://www.uninove.br/PDFs/Mestrados/Eng/SILVA%20MARILDA_disserta%C3%A7%C3%A3o%202011.pdf>Acessado em: 01 de junho de 2014. 


PARAGON. Introdução à Simulação com ARENA. Disponível em:<http://marcosramos.com.br/Docs/Apostila_Arena_Engep_2005.pdf>Acessado em: 02 de junho de 2014. 






Nenhum comentário:

Postar um comentário